sábado, 2 de abril de 2011

TREMOR E SILÊNCIO

Segundo autoridades, esse foi o tremor de maior intensidade já registrado no Japão, nos últimos 140 anos, levando o país a sua pior crise após a Segunda Guerra Mundial. Para completar a catástrofe, gerou ainda uma grave crise nuclear na usina de Fukushima.O representante da Organização Mundial de Saúde na China disse que a propagação radiativa da usina nuclear de Fukushina continua limitada e é provável que não apresente riscos imediatos para a saúde. Mas, sabemos perfeitamente que a situação é caótica, está evoluindo e a população tem que ficar atenta, porque as coisas podem mudar ao decorrer dos dias.

Um terremoto que devastou o nordeste do Japão há uma semana e deixou pelo menos 17 mil vítimas, entre mortos e desaparecidos. Na capital de Sendai, uma das zonas mais devastadas pelo tsunami, funcionários do Governo local se juntaram a população e, num ato simbólico, fizeram um minuto de silencio em homenagem às vítimas.

Disciplinados, os japoneses se contentam com o pouco de alimento que é distribuído. Os seus semblantes parecem inalteráveis. A dor da perda, o silêncio sobre as imagens de uma cidade em lama, onde corpos ainda submersos ao lixo e destroços e olhares perdidos buscam a sobrevivência. A esperança ainda não morreu. A solidariedade nata dos brasileiros que vivem no Japão, se fez presente quando um grupo tomou a iniciativa de levar o primeiro caminhão de doações. Nós, brasileiros, somos indiscutivelmente solidários e drasticamente indisplina-dos.

É óbvio que é quase impossível acontecer no Brasil um terremoto de 9º e um tsunami de mais de dez metros de altura! Mas, se viesse acontecer! Residências, casas comerciais e outros mais que sobrevivessem a catástrofe, seriam saqueados e não haveria respeito as filas! O jeitinho brasileiro prevaleceria! Indiscutivelmente, o nosso amor ao próximo na hora dos vamos ver! Esse, sim, sobressair-se-ia! Porque somos sensíveis, alegres, solidários, criativos. Somos uma mistura de raças de instintos selvagem e humana.

Essa mescla de sentimentos, alegria pelos que sobreviveram; tristeza, angústia, um silêncio que implode dentro da gente diante das imagens. E aqueles 300 homens que trabalham incessantemente na tentativa de reter uma provável explosão de material radiativo do complexo nuclear? Heróis? Penso naqueles que se foram não sei se choro de saudade ou de dor, dos ficaram! As lágrimas correm num silencio de oração.



Kléo Cerqueira – 4º semestre de jornalismo

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