segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

DE UTILIDADE PÚBLICA À GUARDA DE DROGAS

Em 1972 foram implantados, quase que simultaneamente em São Paulo e no Rio de Janeiro, nas suas datas de aniversários, os primeiros orelhões nas vias públicas, cuja finalidade era atender a população, tornando-se, assim, um serviço de utilidade pública. Hoje, até pela modernidade dos celulares, eles estão se tornando quase absoletos. Mas em praças públicas, shoppings e em algumas instituições ainda se encontram orelhões, uns até caracterizados, de acordo ao ambiente e/ou a região. Entretanto, em uma região de São Paulo, eles estão se transformando em cofres para guarda de cocaína, maconha e crack, sendo utilizados pelos traficantes como ponto de apoio as transações.
Essa semana, um jovem menor de idade, calmamente se dirigiu ao orelhão abriu a caixa, tirou um pacote, tornou a fechá-la e, em seguida, andou uns 20 metros e passou a encomenda para dois compradores. Todo esse movimento foi flagrado pela câmara de um investigador da policia de São Paulo. O orelhão passou a ter outro significado para esses jovens, que estão em um bairro de classe média alta, na Zona Sul de São Paulo. Até pouco tempo, o consumo do crack era visto com facilidade apenas no centro da cidade, hoje se espalha por toda metrópole.
Aqui fica uma grande interrogação. Esses aparelhos têm fechaduras, mas a chave que deveria estar em poder dos responsáveis pela manutenção dos equipamentos, foi parar nas mãos dos traficantes. Como explicar isso?

Kléo Cerqueira – 4º semestre de jornalismo

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